A importância do ultrassom de emergência nas UPAs: apenas São Paulo, Salvador e Belo Horizonte oferecem o serviço
UPAs de apenas três capitais brasileiras oferecem ultrassom de emergência, revela levantamento
A falta de ultrassom de emergência nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) das capitais brasileiras tem sido motivo de preocupação para profissionais de saúde e pacientes em situações críticas. De acordo com um levantamento feito pela Folha, apenas São Paulo, Salvador e Belo Horizonte contam com o equipamento essencial para diagnósticos rápidos em casos de risco de morte, como insuficiência respiratória, politraumatismo e parada cardiorrespiratória.
Enquanto as UPAs operam 24 horas por dia, oferecendo serviços de saúde gratuitos para a população, a falta de ultrassom de emergência em grande parte das unidades acaba gerando a necessidade de encaminhar os pacientes para hospitais, aumentando o tempo de espera e colocando vidas em risco.
O método de ultrassom à beira do leito, conhecido como Pocus, tem se mostrado eficaz na identificação rápida de problemas graves, permitindo aos médicos agirem com maior precisão e agilidade no atendimento aos pacientes em estado crítico. Em cidades como Salvador, onde 9 das 20 UPAs já contam com o equipamento, os benefícios são evidentes, proporcionando diagnósticos mais rápidos e encaminhamentos mais eficientes para tratamentos especializados.
No entanto, a falta de exigência do Ministério da Saúde em relação ao uso de ultrassom nas UPAs tem sido apontada como um dos motivos para a ausência do equipamento em diversas capitais. Enquanto algumas gestões estaduais e municipais justificam a falta do aparelho com base na legislação vigente, profissionais de saúde alertam para a importância de investir em tecnologias que possam salvar vidas e reduzir a sobrecarga nos hospitais.
Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Ultrassonografia destaca a importância de equipar as UPAs com aparelhos de ultrassom portáteis, que podem custar de R$ 30 mil a R$ 200 mil, dependendo do modelo. Com a utilização desses equipamentos, a fila de espera para atendimento em hospitais poderia ser reduzida, permitindo diagnósticos mais precisos e encaminhamentos mais eficientes para os pacientes em estado crítico.
Enquanto algumas capitais ainda enfrentam desafios na implementação do ultrassom de emergência nas UPAs, a discussão sobre a importância desses equipamentos na melhoria do atendimento de saúde pública no Brasil continua em pauta, destacando a necessidade de investimentos e políticas públicas que priorizem a segurança e o bem-estar dos cidadãos.