Vereadores eleitos e suplentes foragidos nas eleições de 2024: Levantamento exclusivo do g1 com base em dados da Justiça Eleitoral e do BNMP

Levantamento exclusivo feito pelo g1 revela que dois procurados pela Justiça conseguiram se eleger como vereadores nas eleições de 2024, enquanto outros 18 estão na condição de suplentes. Entre os eleitos, destaca-se o caso de Gilvan (MDB), vereador eleito de Lagoinha do Piauí (PI), que foi condenado por atropelar e matar uma pessoa em Marabá (PA). Já Marco Aurelio (Republicanos), eleito vereador de Paty do Alferes (RJ), é procurado por dever pensão.

Além disso, entre os suplentes, há casos de condenações por estupro de vulnerável e associação para o tráfico. Celmar Mucke (União), 2º suplente em Tupanci do Sul (RS), foi condenado por estupro de vulnerável, enquanto Gasparino Azevedo (PT), 1º suplente em Sebastião Barros (PI), foi condenado por estupro de vulnerável. Lula Costa (PSD), 9º suplente em Barra do Choça (BA), é investigado por associação para o tráfico, e Claudio Lima (Avante), 3º suplente em Fortaleza, é suspeito de organização criminosa.

Esses casos levantam questionamentos sobre como candidatos com pendências judiciais conseguiram concorrer e ser eleitos, mesmo com a Lei da Ficha Limpa que impede pessoas com condenações definitivas de concorrerem. A Justiça Eleitoral exige certidões negativas, mas a situação só seria descoberta se houvesse denúncias.

O levantamento anterior identificou 63 candidatos procurados pela Justiça entre os mais de 462 mil candidatos das eleições de 2024. Após a publicação das reportagens, a Polícia Federal informou ter prendido 36 candidatos que estavam com ordem de prisão em aberto. A situação levanta preocupações sobre a integridade do processo eleitoral e a necessidade de maior fiscalização e transparência.

É fundamental que casos como esses sejam investigados e que medidas sejam tomadas para garantir a idoneidade do sistema eleitoral e a integridade dos representantes eleitos. A população merece ter confiança em seus representantes e em todo o processo democrático.