Juíza manda soltar primeira-dama de João Pessoa investigada por suposta coação de eleitores
A juíza Maria de Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa, decidiu soltar a primeira-dama Maria Lauremília Lucena e sua assessora Tereza Cristina, investigadas por suposta ligação com um esquema de coação de eleitores em troca de apoio político. A magistrada substituiu a prisão das acusadas por medidas cautelares alternativas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
A defesa das acusadas ainda não se manifestou sobre a decisão da juíza. No entanto, no dia da prisão de Lauremília, a campanha do prefeito Cícero Lucena classificou a operação como um “ataque covarde e brutal” arquitetado por adversários políticos.
Além do uso da tornozeleira eletrônica, Lauremília e Tereza estão proibidas de frequentar repartições da Prefeitura de João Pessoa e de circular por determinados bairros da capital paraibana. Elas também não podem deixar a cidade por mais de oito dias sem autorização da Justiça e devem se recolher todas as noites e nos dias de folga, entre as 20 horas e 6 da manhã.
As acusadas são alvos da Operação Território Livre, que investiga o aliciamento violento de eleitores e a infiltração de organizações criminosas nas eleições municipais. A juíza Maria de Fátima Ramalho considerou que os requisitos que levaram à prisão das acusadas não estão mais presentes devido à vedação prevista na Lei das Eleições.
A Polícia Federal utilizou diálogos de investigados por coação eleitoral para pedir a prisão preventiva da primeira-dama de João Pessoa. Durante as investigações, foram encontradas mensagens que indicavam supostas negociações de cargos em troca de apoio político.
A segunda fase do inquérito resultou na prisão da vereadora Raíssa Lacerda e de três assessoras, sendo que a parlamentar e uma outra investigada ainda permanecem detidas. A PF destacou que o objetivo da operação era combater o chamado ‘voto de cabresto’.
A decisão da juíza Maria de Fátima Ramalho e os desdobramentos da Operação Território Livre continuam gerando repercussão e polêmica no cenário político local.