Crescimento do setor agropecuário impulsiona economia cearense, resultando em PIB estadual mais que o dobro do nacional – Análise Econômica

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Crescimento do agro cearense impulsiona PIB do Estado e destaca economia local

Com alta de 32%, o agro cearense foi o principal responsável por alavancar o Produto Interno Bruto do Estado (PIB) no Estado. Na esteira desse crescimento, a indústria, que sofreu forte baque em 2023, também se reergueu este ano, contribuindo com o cenário positivo.

Mais informações setoriais serão divulgadas na tarde desta quinta-feira (25), mas os dados apresentados já ajudam os economistas a entender os motivos pelos quais a economia do Ceará se destacou em relação ao restante do País.

Conforme anunciado pelo governador Elmano de Freitas (PT), a soma de todos os bens e serviços produzidos cresceu 7,2% no segundo trimestre de 2024, na comparação com igual período do ano passado. O percentual é mais do que o dobro do crescimento brasileiro para o período, que foi de 3,3%. Além disso, é o maior resultado entre os sete estados pesquisados, acima, inclusive, de São Paulo.

Na agropecuária, as condições climáticas favoreceram as safras de milho e feijão. Puxada pelos setores têxtil e calçadista, a indústria registrou aumento de 9,9%, enquanto o setor de serviços avançou 4,4%.

Para o economista e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Ricardo Coimbra, o crescimento de mais de 7% do PIB cearense comprova a ambiência de negócios consolidada no Estado.

“Já estávamos observando uma forte recuperação do segmento de serviços e de comércio, junto ao setor industrial, demonstrando que os investimentos e a estruturação da economia cearense, em ciclos anteriores, estão trazendo resultado”, aponta.

A análise dele é de que o PIB segue em tendência de alta, sobretudo diante de novos investimentos em energias renováveis, como o Hidrogênio Verde (H₂V). “Essa macrodinâmica de crescimento e de fortalecimento do crescimento da economia cearense pode se solidificar ainda mais, ao longo dos próximos anos”, projetou.

O gerente do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale, diz que o resultado expressivo do PIB cearense tem ligação estreita com as políticas econômicas do Brasil dos últimos dois anos.

“Esse dinamismo é impulsionado pelo aumento da confiança dos empresários e pela redução da taxa de juros real, que têm influenciado positivamente o crescimento do consumo e dos investimentos. A indústria cearense foi a segunda com maior crescimento na produção física, de acordo com o IBGE, durante o primeiro semestre, o que gerou um impacto positivo também no mercado de trabalho, com a criação de mais de 30 mil empregos formais no estado, dos quais 11 mil foram na indústria”, avalia.

Os setores produtivos, assim como especialistas, esperam que o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) revise para cima a previsão do PIB cearense em 2024. No último levantamento divulgado, em junho deste ano, o órgão projetava um crescimento no Produto Interno Bruto estadual de 3,16%.

A reportagem procurou a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) e a Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL Ceará) para comentar os resultados.

A primeira informou que iria comentar o assunto somente nesta quinta-feira, quando serão detalhados os números do segundo trimestre de 2024 do PIB pelo Ipece. Por meio da assessoria de imprensa, a segunda limitou-se a informar que estão finalizando os estudos sobre o Radar do Varejo e não poderiam responder aos questionamentos.

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