Horário de verão pode gerar economia de R$ 1,8 bilhão em meio à pior seca da história, aponta estudo do ONS
Governo avalia retorno do horário de verão para economizar R$ 1,8 bilhão em meio à pior seca da história
O Brasil enfrenta a pior seca da história, o que tem impactado diretamente as hidrelétricas e gerado a necessidade de acionar usinas termelétricas, mais caras, para suprir a demanda energética do país. Diante desse cenário, o Operador Nacional do Sistema (ONS) apresentou um estudo ao governo federal apontando que a implementação do horário de verão poderia resultar em uma economia de R$ 1,8 bilhão.
A medida, extinta em 2019 pelo governo anterior, está sendo considerada como uma alternativa para reduzir os custos com energia elétrica, uma vez que, com o horário de verão, seria necessário acionar menos usinas termelétricas nos horários de pico de consumo. Isso ocorre porque, ao postergar em uma hora o início da noite, as usinas eólicas e solares poderiam contribuir para suprir a demanda energética no momento em que as pessoas chegam em casa e aumentam o consumo de eletricidade.
Apesar disso, o ONS ressalta que o horário de verão não vai gerar uma economia direta de energia, mas sim otimizar o uso das fontes mais baratas de geração de eletricidade. A demanda por energia elétrica não sofreria alterações significativas com a adoção do horário de verão, de acordo com o estudo.
O presidente Lula será responsável por decidir se o horário de verão será implementado neste ano. A medida, que já foi adotada em diversos países ao redor do mundo, visa aproveitar a maior luminosidade do verão para reduzir o consumo de energia elétrica, principalmente no período de pico.
Apesar do viés conservador do governo, especialistas apontam que o padrão de consumo de energia mudou nos últimos anos, com aparelhos como ventiladores e ar-condicionado sendo utilizados de forma contínua, independentemente do horário. No entanto, a extensão do período em que as usinas eólicas e solares podem contribuir para o sistema elétrico ainda é vista como uma vantagem do horário de verão.
A decisão final sobre a implementação do horário de verão caberá ao presidente, levando em consideração os aspectos econômicos e energéticos envolvidos, em meio à crise hídrica que o país enfrenta.