UFF cria cotas para pessoas trans em cursos de graduação: uma conquista histórica
A Universidade Federal Fluminense (UFF) causou polêmica ao se tornar a primeira instituição federal de ensino superior do Rio de Janeiro a criar cotas para pessoas trans em cursos de graduação. A decisão, aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, reserva 2% das vagas para estudantes trans a partir de 2025.
A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Alessandra Siqueira Barreto, comemorou a iniciativa, destacando o protagonismo dos estudantes e os diálogos com a administração da universidade que levaram à aprovação das cotas. Segundo ela, a criação das cotas é fruto de um processo de escuta ativa e de discussões com os coletivos de estudantes trans da instituição.
Além das cotas para graduação, a UFF também determinou que todos os programas de pós-graduação devem reservar ao menos uma vaga para estudantes trans a partir do próximo ano. A universidade, localizada em Niterói, conta com cerca de 66 mil alunos e nove campi no estado.
Para garantir a permanência dos cotistas trans, a UFF pretende oferecer um acolhimento que proteja contra comportamentos preconceituosos e discriminatórios. A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides, ressaltou a importância de não apenas ingressar, mas também de garantir o sucesso acadêmico das pessoas trans nas universidades.
Outras instituições federais de ensino superior no país também adotaram políticas de cotas para a população trans, como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). A discussão sobre a criação de cotas para estudantes trans também está em pauta na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Apesar das críticas, a UFF segue em frente com sua política de inclusão e diversidade, buscando garantir oportunidades iguais para todos os estudantes, independentemente de sua identidade de gênero.