Operação da Polícia Federal desarticula esquema de espionagem com uso da Abin
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a quarta fase da Operação Última Milha, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que utilizava os sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar autoridades e inimigos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O grupo, que rastreava a localização de celulares sem autorização judicial, tinha como alvos policiais cedidos para a Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem e influenciadores digitais ligados ao “gabinete do ódio”.
Os agentes da PF estão cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em diversas cidades do país, incluindo Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo. Segundo informações da TV Globo, os investigados são suspeitos de criar perfis falsos, disseminar notícias falsas e promover ataques contra a democracia.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito das fake news. A PF descobriu que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos das ações do grupo, que também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Os investigados podem responder por crimes como organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio. A operação marca mais um capítulo na luta contra a disseminação de fake news e a violação da privacidade de autoridades no Brasil.