Leilão de armazenamento: baterias e hidrelétricas pleiteiam inclusão para reforçar sistema elétrico.
Leilão de armazenamento vai contratar baterias para atender aos picos de consumo, mas hidrelétricas ficam de fora
O governo brasileiro está se preparando para realizar o primeiro leilão exclusivo para a contratação de baterias para o sistema elétrico, previsto para junho de 2025. No entanto, as hidrelétricas “reversíveis” estão fora da disputa, o que tem gerado polêmica no setor de geração de energia hidrelétrica.
A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage) argumenta que as hidrelétricas reversíveis possuem um potencial inexplorado de 38 gigawatts no país, equivalente a quase três usinas de Itaipu. Essas usinas exercem funções de armazenamento semelhantes às baterias químicas, mas ainda não são utilizadas no Brasil.
A presidente da Abrage, Marisete Dadald, defende a inclusão das hidrelétricas reversíveis no leilão, afirmando que não faz sentido limitar a contratação apenas a um tipo de tecnologia de armazenamento. Ela destaca que tanto as baterias quanto as hidrelétricas reversíveis são essenciais para garantir o fornecimento de energia durante picos de consumo, evitando a necessidade de acionar usinas termelétricas.
As baterias, por sua vez, são uma forma de armazenar energia e serão acionadas por até 4 horas por dia a partir de 2029. A ideia é aproveitar o excesso de geração de energia renovável durante o dia, proveniente de fontes como solar e eólica, para suprir a demanda nos momentos de pico de consumo, como no início da noite.
A contratação das baterias também visa reduzir a necessidade de acionar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes. Segundo a Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE), as baterias devem ser mais econômicas do que as termelétricas para suprir os picos de consumo.
Apesar das vantagens das baterias, ainda há questões a serem definidas, como a localização das instalações e a quantidade de energia a ser contratada. Enquanto isso, as hidrelétricas reversíveis permanecem como uma alternativa não explorada, mas com potencial para contribuir significativamente para o sistema elétrico brasileiro.