“Maria Bethânia: 60 anos de carreira sem biografia, enquanto Gal Costa ganha livro póstumo”

A falta de biografias de grandes nomes da MPB em vida tem sido um tema recorrente no cenário cultural brasileiro. Enquanto Gal Costa ganha uma biografia póstuma, Maria Bethânia completa 60 anos de carreira sem um livro que descortine os bastidores da artista em cena.

O jornalista Guilherme Amado está trabalhando em uma biografia de Gal Costa, com lançamento previsto para 2027. No entanto, a ausência de colaboração da cantora, que faleceu em 2022, levanta a questão sobre por que os grandes nomes da música popular brasileira não são biografados em vida.

A decisão do Supremo Tribunal Federal em 2015 liberou a publicação de biografias sem autorização prévia, mas poucos entraram nesse segmento da bibliografia musical brasileira. Maria Bethânia, uma cantora do mesmo porte de Gal Costa, completa seis décadas de carreira sem uma biografia que revele os bastidores de sua trajetória.

Enquanto Chico Buarque e Gilberto Gil já foram alvo de livros com recortes de suas obras, a falta de uma biografia alentada e ampla desses artistas é evidente. A controvérsia em torno das biografias de grandes nomes da MPB mostra a complexidade de retratar a vida e a obra desses artistas de forma independente e crítica.

A necessidade de mais biografias dos gigantes da MPB revelados na década de 1960, assim como de grandes nomes surgidos posteriormente, é evidente. A produção de um bom livro do gênero pode ser árdua, mas o ganho para a cultura nacional é eterno quando uma biografia resulta satisfatória. A proibição de proibir, como sentenciou Caetano Veloso em 1968, é um lembrete da importância de contar as histórias dos artistas que moldaram a música brasileira.