Presidente do BC defende independência técnica e critica julgamento por posicionamento político
Presidente do BC é criticado por usar camisa verde e amarela em evento do BTG Pactual
O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, foi alvo de críticas após ter sido visto usando uma camisa verde e amarela da seleção brasileira durante um evento do banco BTG Pactual, em São Paulo. A vestimenta foi associada aos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que gerou polêmica devido ao cargo de independência política que Campos Neto ocupa.
Em seu discurso no evento, Campos Neto defendeu que seu sucessor no comando da autarquia seja avaliado apenas pelo seu desempenho técnico e pelas decisões tomadas, sem que questões políticas influenciem o julgamento. Ele ressaltou a importância da autonomia e independência do Banco Central na tomada de decisões econômicas.
Apesar das críticas recebidas, o presidente do BC destacou a necessidade de proximidade com políticos e governantes para a aprovação de projetos e ressaltou que é possível diferenciar essa proximidade da autonomia e independência necessárias para o cargo.
Campos Neto também falou sobre a meta de inflação de 3% ao ano que o BC continuará perseguindo, mesmo com a pressão inflacionária e as questões fiscais no radar. Há expectativas de que o Banco Central possa promover uma nova alta na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
Ao falar sobre seu futuro após deixar o BC, Campos Neto afirmou que não pretende permanecer na esfera pública e que acredita poder contribuir significativamente para a iniciativa privada com sua experiência em finanças e tecnologia. A transição suave para seu sucessor e a continuidade do trabalho técnico foram destacadas como prioridades para garantir a estabilidade econômica do país.