Presidente da CNTE alerta para precarização da docência pública na América Latina e no Caribe
Presidente da CNTE alerta para precarização da docência pública na América Latina e no Caribe
Durante o primeiro dia de reunião do Conselho Nacional de Entidades (CNE) da CNTE, em Brasília (DF), o presidente da CNTE, Heleno Araújo, levantou preocupações sobre a crescente precarização da docência pública na América Latina e no Caribe. Ele apontou uma série de projetos financiados por iniciativas privadas que têm impactado negativamente os educadores.
Segundo Heleno, a plataformização da educação básica pública, com o uso cada vez maior de aplicativos na administração das disciplinas, tem causado prejuízos para os professores, especialmente no estado do Paraná. Além disso, ele alertou para a forma de contratação de projetos que buscam garantir a conectividade em todas as escolas, questionando como esses projetos serão pagos pelo governo federal.
O presidente da CNTE também mencionou a postura dos bancos financiadores desses projetos, que colocam a superação das desigualdades digitais como política central, o que dificulta o enfrentamento por parte dos sindicatos. Ele ressaltou a preocupação com plataformas de ensino online que não contam com a presença de professores na administração do conteúdo, o que pode comprometer a qualidade da educação.
Heleno ainda destacou a situação precária dos professores no Brasil, com a maioria sendo contratada temporariamente e a dificuldade na realização de concursos públicos. Ele alertou para a tentativa de extinção da categoria profissional e a importância de refletir sobre os impactos dessas políticas em andamento.
No estado do Paraná, a presidenta da APP Sindicato, Walkíria Olegário, denunciou o uso da tecnologia pelo governo para vigiar, controlar e punir o cumprimento de metas educacionais. Ela apontou que os aplicativos adotados na educação pública do estado têm impactado negativamente os trabalhadores da área técnica de secretaria escolar, além de priorizarem o controle em detrimento da aprendizagem.
Durante a tarde, a programação contou com a análise do projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) pelo assessor jurídico da CNTE, Eduardo Ferreira. Ele destacou a importância da mobilização dos trabalhadores da educação na defesa do novo PNE e anunciou a construção de uma proposta de emenda ao projeto feita pela CNTE.
Diante das preocupações levantadas, a secretária geral da CNTE, Fátima Silva, reforçou a importância do engajamento e mobilização dos trabalhadores na defesa do novo PNE para avançar e atualizar as políticas educacionais no país.