Eleições antecipadas na França: riscos de violência e instabilidade política
O presidente francês Emmanuel Macron chocou a França ao convocar eleições antecipadas no início deste mês. Com a proximidade das eleições, a tensão política no país atinge níveis alarmantes, dividindo famílias e amigos.
As eleições francesas estão marcadas para ocorrer em dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho. O partido de extrema direita de Marine le Pen, o Rassemblement National (RN), lidera as pesquisas, enquanto uma aliança de esquerda, incluindo o movimento de extrema-esquerda La France Insoumise (LFI), está posicionada para ficar em segundo lugar.
Os riscos dessas eleições são triplos, segundo o comentarista francês Nicolas Baverez: uma crise da dívida soberana, violência nas ruas e um possível colapso institucional. O presidente Macron alertou para o risco de “guerra civil” em um podcast recente, tentando assustar os eleitores e trazê-los de volta ao centro.
As autoridades francesas estão trabalhando com o pressuposto de protestos violentos durante os dois turnos das eleições. O cenário mais conturbado seria uma vitória do RN, seguida de manifestações da extrema esquerda que poderiam se tornar violentas e se espalhar pelos subúrbios franceses.
A instabilidade política na França também levanta preocupações sobre os Jogos Olímpicos, que ocorrerão menos de três semanas após a eleição. Para Baverez, a França está vivendo seu momento populista, semelhante ao que os EUA e o Reino Unido experimentaram com Trump e o Brexit há uma década.
Com a incerteza e a polarização política em alta, a França se encontra em uma encruzilhada perigosa, onde o futuro do país e de seu sistema político estão em jogo.