O papel da África Ocidental como ponto de trânsito de cocaína: diminuição do consumo local e aumento do tráfico regional
O consumo de cocaína na região da África Ocidental tem diminuído, mas o tráfico de drogas está em ascensão, consolidando o papel da região como ponto de trânsito. Segundo especialistas, o uso de cocaína nas ruas de Dakar despencou nas últimas décadas, tornando o mercado estrangeiro mais atraente para os envolvidos no comércio de drogas.
O consultor independente Andre Correa, que luta contra a delinquência juvenil, relata que o consumo de cocaína diminuiu consideravelmente, mas o trânsito da droga aumentou. Ele destaca que, atualmente, os jovens preferem consumir a droga na forma de crack, que oferece um efeito mais intenso e é mais acessível.
Por outro lado, as atividades de tráfico de drogas têm substituído os padrões de consumo locais. O representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime para África Ocidental e Central, Amado Philip de Andres, ressalta que as apreensões e o tráfico de cocaína na região estão em crescimento, com diversos países sendo utilizados como rotas para o comércio global de drogas.
Essas mudanças têm implicações econômicas e de saúde para as populações locais. Mor Gassama, economista do Senegal, destaca que o tráfico de drogas afeta a saúde pública e a economia, além de promover a circulação de dinheiro ilícito. O UNODC tem colaborado com os países membros para melhorar as medidas de controle fronteiriças e combater o tráfico de drogas na região, mas os volumes recordes de apreensões de cocaína continuam a ser um desafio.
Diante desse cenário, a luta contra o tráfico de drogas na África Ocidental continua sendo uma prioridade, com esforços para combater as consequências negativas do comércio ilegal de entorpecentes na região.