Segunda emissão de títulos soberanos sustentáveis do Brasil financiará projetos de economia circular e saneamento
O Brasil está se preparando para uma segunda emissão de títulos soberanos sustentáveis no mercado internacional, com foco em projetos de economia circular e saneamento. Esses projetos não foram contemplados na primeira emissão realizada no ano passado. O Tesouro Nacional divulgou o Relatório de Pré-Emissão, destacando que os recursos levantados no exterior serão destinados a nove segmentos, sendo sete ligados à área ambiental e dois à área social.
A distribuição dos recursos para os projetos ambientais incluirá áreas como energia renovável, transporte limpo, controle de emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, biodiversidade terrestre e aquática, eficiência energética e economia circular. Já os projetos sociais abrangerão o combate à pobreza e o acesso à infraestrutura básica, com destaque para o saneamento.
Diferentemente da primeira emissão, que priorizou projetos de transporte limpo e energia renovável, a nova emissão incluirá o segmento de economia circular. Além disso, houve mudanças na distribuição dos recursos para projetos sociais, com a inclusão do acesso à infraestrutura básica em substituição a projetos de segurança alimentar.
Os recursos obtidos com a emissão dos títulos verdes ajudarão a financiar ações de reconstrução no Rio Grande do Sul, conforme anunciado pelo governo. O Tesouro ressaltou que, caso os projetos estejam em conformidade com a legislação que regula a emissão de títulos sustentáveis, poderão ser incluídos na alocação de recursos levantados.
Os títulos verdes são vinculados a compromissos com o meio ambiente e oferecem uma taxa de retorno atrativa para os investidores estrangeiros. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, anunciou a preparação de uma segunda emissão de títulos verdes até o fim do ano, com recursos destinados ao Fundo Clima. A data exata da emissão dependerá do melhor momento do mercado internacional.
A primeira emissão de títulos verdes atrasou, mas foi bem-sucedida ao captar US$ 2 bilhões com juros de 6,5% ao ano. A expectativa é que a segunda emissão contribua para impulsionar ainda mais projetos sustentáveis no Brasil e fortalecer o compromisso do país com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social.